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Carência de zinco – como a reconhecer e a evitar?

Pensa poder sofrer de uma carência de zinco? Descubra os sintomas de uma falta de zinco, as causas prováveis dessa falta, bem como as melhores fontes deste oligoelemento.

Carência de zinco

O zinco – um oligoelemento com inúmeros benefícios

O zinco é um oligoelemento muito importante, envolvido em múltiplos processos do corpo humano.

Está presente principalmente nos ossos, dentes, pelos, pele, fígado, músculos e – nos homens – também nos testículos.

O zinco é um constituinte de várias centenas de enzimas, entre elas um grande número de nicotinamida adenina dinucleótido (NADH) desidrogenases, de ARN e ADN polimerases, fatores de transcrição do ADN, bem como a fosfatase alcalina, a superóxido dismutase e a anidrase carbónica (1).

Concretamente, as autoridades de saúde europeias reconhecem que o zinco contribui para o funcionamento correto do sistema imunitário, para a proteção das células contra o stress oxidativo, para a síntese correta do ADN, para o funcionamento cognitivo normal, para uma fertilidade normal e para manter um índice correto de testosterona no sangue, e ainda para conservar uma pele, ossos, unhas e cabelos saudáveis.

O zinco é, entre outras coisas, preferido pelos praticantes de desporto, nomeadamente de musculação. Encontramo-lo também frequentemente em produtos cosméticos e/ou dermatológicos ou até em bálsamos destinados a propiciar a cicatrização (2).

Os sintomas da carência de zinco

A carência de zinco pode provocar um ou vários dos sintomas seguintes (3):

  • diarreia;
  • perda de apetite;
  • feridas abertas e ferimentos que não cicatrizam;
  • perda de peso súbita e inexplicada;
  • vontade excessiva de comer doces;
  • degradação do estado de humor (apatia);
  • falta de concentração;
  • prevalência de infeções respiratórias e disfunção imunitária global;
  • diminuição do gosto e/ou do olfato;
  • problemas de visão noturna e de saúde ocular;
  • disfunção erétil nos homens;
  • anomalias no desenvolvimento dos órgãos sexuais (nos jovens em fase de crescimento);
  • diminuição da vigília;
  • problemas de memória;
  • atraso de crescimento nas crianças;
  • complicações durante a gravidez nas grávidas;
  • problemas cutâneos (acne);
  • psoríase;
  • queda de unhas e de cabelos.

Convém, no entanto, salientar que estes sintomas podem igualmente ser provocados por outras carências e outras doenças. Por conseguinte, se identificar um ou vários destes sintomas, recomendamos consultar um profissional de saúde para obter um diagnóstico correto.

Défice de zinco – quais as causas?

A carência de zinco, como o nome indica, deriva geralmente da falta de consumo de alimentos que contêm zinco.

Salientamos, todavia, que é possível desenvolver-se mais facilmente uma carência de zinco em determinados casos:

  • os pacientes que tomam diuréticos ou alguns outros medicamentos (como os inibidores da bomba de protões);
  • os pacientes que sofrem de diabetes, de drepanocitose, de doença renal crónica, de doença do fígado, de problemas de consumo de álcool ou de má absorção e após uma cirurgia bariátrica;
  • os pacientes que apresentam afeções agudas graves e stressantes (por exemplo, sépsis, queimaduras ou traumatismo craniano);
  • os pacientes idosos institucionalizados e limitados a ficar em casa;
  • as grávidas;
  • as pessoas que adotam uma dieta vegetariana (ou outras dietas restritivas).

O que é bom saber – os fitatos diminuem a biodisponibilidade do zinco

As sementes das plantas contêm aniões fitatos que constituem a sua forma principal de armazenamento do fósforo e dos minerais. Ora, estes fitatos, ou ácido fítico, são considerados anti nutrientes, na medida em que prejudicam a biodisponibilidade dos nutrientes para o corpo humano, como o ferro, o cálcio… e o zinco (4)!

Para reduzir o teor de fitatos dos alimentos vegetais, como as oleaginosas e as leguminosas, é importante demolhá-las antes de as preparar. Convém depois consumi-las cozidas ou germinadas. Desta forma, tira partido dos benefícios do zinco, inclusive com uma alimentação vegetariana.

Lista dos alimentos ricos em zinco

Como no caso do ferro, a biodisponibilidade do zinco é maior com as proteínas de origem animal. Por outro lado, entre os alimentos mais ricos em zinco, os primeiros são todos de origem animal. Contudo, com as precauções evocadas acima, é perfeitamente possível conseguir os seus aportes de zinco com uma alimentação vegetariana.

Os alimentos mais ricos em zinco são os seguintes, estando as maiores fontes em primeiro (5):

  • ostras;
  • fígado de vitela;
  • vaca;
  • vitela;
  • borrego;
  • caranguejo;
  • lagosta;
  • fígado de vaca ou de porco;
  • porco;
  • gema de ovo;
  • gérmen de trigo;
  • sementes e manteiga de sésamo;
  • amêijoas;
  • lavagante;
  • frango;
  • shitake;
  • sementes de abóbora.

Quais os suplementos alimentares de zinco para evitar as carências?

Além de uma alimentação equilibrada e rica em proteínas, nomeadamente de origem animal, é possível garantir os seus aportes diários de zinco graças a suplementos alimentares.

Entre as várias formas de zinco disponíveis na forma de suplemento, encontramos por exemplo:

  • o orotato de zinco: o zinco pode, de facto, ser associado a orotatos, sais minerais orgânicos que encontramos, por exemplo, nos laticínios, para ganhar uma maior biodisponibilidade (é o caso do suplemento Zinc Orotate) (6);
  • a metionina de zinco: o zinco seria também mais bem absorvido quando associado ao aminoácido L-metionina. Além disso, esta forma seria 4 a 6 vezes mais potente no plano antioxidante do que os sais de zinco clássicos, como o óxido de zinco ou o sulfato de zinco (citemos o suplemento L-OptiZinc®) (7);
  • zinco L-carnosina: há vários anos que inúmeros estudos concluem que a associação do zinco e do aminoácido L-carnosina poderia ajudar a proteger o sistema digestivo e a reduzir o desconforto causado pelo refluxo gastroesofágico (opte, por exemplo, por Zinc L-Carnosine) (8-9);
  • o bisglicinato de zinco: a associação do zinco a duas moléculas de glicina melhora a estabilidade do oligoelemento, protege-o da acidez gástrica e garante-lhe uma assimilação exemplar (é esta a composição de Advanced Zinc Lozenges, excelentes comprimidos de zinco para chupar).

O CONSELHO SUPERSMART

Referências

  1. PRASAD, A. S. Discovery and importance of zinc in human nutrition. In : Federation proceedings. 1984. p. 2829-2834.
  2. KHALED, S., BRUN, J. F., BARDET, L., et al.Importance physiologique du zinc dans l'activité physique. Science & sports, 1997, vol. 12, no 3, p. 179-191.
  3. CLASSEN, Hans-Georg, GRÖBER, Uwe, LÖW, Dieter, et al.Zinc deficiency. Symptoms, causes, diagnosis and therapy. Medizinische Monatsschrift fur Pharmazeuten, 2011, vol. 34, no 3, p. 87-95.
  4. WISE, A. Phytate and zinc bioavailability. International journal of food sciences and nutrition, 1995, vol. 46, no 1, p. 53-63.
  5. SOLOMONS, Noel W. Dietary sources of zinc and factors affecting its bioavailability. Food and nutrition bulletin, 2001, vol. 22, no 2, p. 138-154.
  6. ANDERMANN, G. et DIETZ, M. The bioavailability and pharmacokinetics of three zinc salts: zinc pantothenate, zinc sulfate and zinc orotate. European Journal of Drug Metabolism and Pharmacokinetics, 1982, vol. 7, no 3, p. 233-239.
  7. WEDEKIND, K. J., HORTIN, AEa, et BAKER, D. H. Methodology for assessing zinc bioavailability: efficacy estimates for zinc-methionine, zinc sulfate, and zinc oxide. Journal of animal science, 1992, vol. 70, no 1, p. 178-187.
  8. Choi H.S., Kim E.S., Keum B., Chun H.J., Sung M.-K. Betaine Chemistry, Analysis, Function and Effects. Royal Society of Chemistry; London, UK: 2015. L-Carnosine and Zinc in Gastric Protection; pp. 548–565.
  9. Mahmood A., FitzGerald A.J., Marchbank T., Ntatsaki E., Murray D., Ghosh S., Playford R.J. Zinc carnosine, a health food supplement that stabilises small bowel integrity and stimulates gut repair processes. 2007;56:168–175. doi: 10.1136/gut.2006.099929.
  10. GANDIA, BOUR, MAURETTE, et al.A bioavailability study comparing two oral formulations containing zinc (Zn bis-glycinate vs. Zn gluconate) after a single administration to twelve healthy female volunteers. International journal for vitamin and nutrition research, 2007, vol. 77, no 4, p. 243-248.

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