Os benefícios potenciais do hipericão na saúde mental
O hipericão (Hypericum Perforatum) é uma planta herbácea vivaz, da família das Clusiaceae. Era utilizado na farmacopeia tradicional para tratar as insónias e reduzir a ansiedade. Alguns consideram-na mesmo como o “melhor antidepressivo natural” existente.
Na verdade, diz-se que o hipericão contribuiria para:
- um bom equilíbrio emocional;
- o bem-estar mental e físico;
- o humor positivo;
- um bom equilíbrio nervoso durante o ciclo menstrual;
- ao relaxamento ideal;
- à boa qualidade do sono;
- à estimulação das capacidades mentais;
- ao reforço das defesas do organismo...
Estas alegações de saúde, toleradas pela EFSA (a Autoridade Europeia para a Segurança Alimentar) estão atualmente a ser alvo de análise por esta mesma entidade.
De que forma o hipericão agiria nas “hormonas da felicidade”
Sabe-se em primeiro lugar que o hipericão é uma planta rica em hipericina, um tipo de pigmento natural da família das naftodiantronas.
Para compreender melhor o funcionamento desta planta, será necessário debruçar-se sobre as nossas sinapses. Lembramos que uma sinapse forma uma espécie de canal de informações entre dois neurónios do cérebro: um que envia as informações e outro que as recebe.
De entre os neurotransmissores encarregados de transportar estas informações na sinapse, contamos a serotonina, a dopamina e a noradrenalina (as famosas “hormonas da felicidade” envolvidas nas sensações de prazer, de bem-estar e de outras emoções positivas).
Problema: uma parte não negligenciável destes neurotransmissores pode ser imediatamente recapturada pelos neurónios emissores. Quanto mais este fenómeno se verificar, menos informações de felicidade e de prazer o cérebro recebe... e mais o humor do indivíduo pode ser afetado.
Inúmeros testes in vivo tendem a demonstrar que a hipericina do hipericão agiria como inibidor da recaptura da serotonina, da dopamina e da noradrenalina. (1) As moléculas sintéticas utilizadas no tratamento da depressão exploram justamente mecanismos do mesmo tipo.
Opte por um extrato de hipericão com a dose correta de hipericina
Segundo alguns investigadores do CNRS, do CHU e do CHRU de Montpellier, “apenas o extrato de hipericão com um teor garantido em princípios ativos possui uma eficácia terapêutica demonstrada” (2).
E com razão: as concentrações em ingredientes ativos na planta podem variar consideravelmente em função do terreno, das condições de cultura, etc. Verifique bem o teor de hipericina do suplemento, que deve idealmente ser de cerca de 0,3% (opte por exemplo, pelo excelente suplemento St John's Wort Extract). (4)
Hipericão – algumas contra-indicações
À semelhança de inúmeras plantas utilizadas em fitoterapia, o hipericão pode ter determinadas interações com outros medicamentos. É por essa razão que tem algumas contra-indicações. Por isso, aconselhe-se com o seu médico antes de iniciar uma cura de hipericão.
A erva-de-são-joão (um dos nomes por que é conhecido o hipericão) pode, de facto, provocar desestabilizações do tratamento medicamentoso nos casos seguintes:
- pacientes alvos de transplante;
- contraceção oral;
- tratamento anticoagulante;
- pacientes com SIDA;
- pacientes com uma hepatite C tratados com peginterferão;
- epilepsia;
- hipertensão;
- insuficiência cardíaca;
- e asma (5).